domingo, 21 de junho de 2009

Tempestade

22/05/09 – 02:11

Crônicas do fundo do buraco.

Tempestade
(Não, não to falando da X-Men.)

Recentemente, passou uma tempestade sobre a minha vida.

Sobrevivi os últimos seis meses a base de bicos, empréstimos e caridade. Embora várias vezes eu tenha feito alguns bicos, não ganhei nenhum grande volume de grana com isso. E o pouco que ganhava, mal dava pra pagar alguma dívida ou urgência que aparecia.
Minha mãe, coitada, devo a ela não só todo o amor, o carinho, os cuidados que ele me dispensou nos últimos vinte anos, mas alem disso, inúmeras refeições no RU, churrascos e baladas que eu pedia dez, quinze reais e que jurava pagar assim que eu arrumasse um emprego.
Pelo menos agora eu tenho um emprego. (Espero que você não tenha uma caderneta mãe.)
Mas tolos são aqueles que acham que a tempestade é só financeira!

Eu nunca estive num momento tão crítico no meu lado amoroso. Faz tempo que eu não sei o que é beijar em alguém e esperar vê-la no dia seguinte. Já faz alguns meses que eu não sei o que é estar apaixonado por alguém e ter alguém apaixonada por mim.
Embora sair e ficar com várias numa noite ser um motivo de glória entre os meus amigos vikings, chega um momento em que é cansativo ficar com alguém sem a perspectiva de sequer lembrar o nome dela no dia posterior e não fazer muita questão de lembrar também, porque você sabe que aquela era uma pessoa que dificilmente valeria apena ter um relacionamento sério a longo prazo. E isso frustra.

Frustra tanto quanto beber o que puder com pouco dinheiro e voltar pra casa, sozinho, de madrugada, sem ter ninguém pra chamar de “minha”. E, como diz um amigo meu, “nos bares onde as garrafas são cheias, as mulheres são vazias”, infelizmente, apesar de todo o proselitismo de bêbado que essa frase possui, o cara ta certo.
Tudo isso me leva a entender que não consigo fizer sozinho por muito tempo. Sei lá, me acostumei com a vida de homem comprometido e no fundo, no fundo, eu sempre quis isso pra mim. Gosto disso. Não faço muita questão de ter várias quando tenho uma de valor. E olha que eu superestimo a mulher por quem me apaixono. Não existe no mundo homem mais carinhoso, paciente e romântico do que eu quando me apaixono por alguém.
Acho que todo cara é assim.

E ainda tem a faculdade.

Adoro história e to adorando o curso. Só que acho que ainda não amadureci o suficiente pra levar uma faculdade. É muito texto, trabalho, fichamentos... Se no ensino médio eu não fazia isso, e olha que eram poucos, agora ta mais difícil ainda de se acostumar com a idéia.
E olha que eu tirei boas notas nas primeiras provas.
Às vezes penso que eu sou algum tipo de gênio latente. Mas não cultivo muito essa teoria. Admito que no fundo, sou preguiçoso e relapso, com minhas responsabilidades acadêmicas.
E também não são em todas as matérias. Só em Antiga e Introdução, que são chatas pra cacete e possuem professores, respectivamente, egocêntrico e [i]loading[/i].
Preciso de um jeito de amadurecer.

Mas voltando a falar do meu emprego.
Logo começarei na Eventual, loja de roupas, como vendedor, o que me motiva pra cacete e me dá uma perspectiva de ganhar uma grana legal, que me permita sair desse atoleiro econômico que eu me encontro.
Ainda que minhas experiências com vendas tenham sido, como quase tudo nessa vida, frustrada, acredito que dessa vez poderei ter sucesso. Acredito mesmo nisso. Não só porque eu preciso acreditar, mas também porque eu não vejo nenhuma objeção contrária em mim.
E o bom, e essa é a mais dura verdade do Capitalismo – que Karl Marx me perdoe – mas quando se tem dinheiro, ter uma mulher fica muito mais fácil – e por favor meninas que lerem isso, não desmintam que fica mais feio pra vocês. E onde tem mulher e dinheiro, eu não vejo outra coisa senão felicidade.
Portanto, com meu novo emprego, acredito que ficará mais fácil pra eu tirar meus Xerox da faculdade, parar de depender da misericórdia dos meus amigos, e assim, pagar algumas cervejas pra eles, e chamar alguma mulher pra tomar um vinho.

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