domingo, 21 de junho de 2009

Neblina

21/06/09 – 13:32

Crônicas do fundo do buraco

Neblina

(1 Mana Verde – Mágica Instantânea: Previne todo o dano de combate neste turno.)

Confusão.

Encontro-me sobre uma ponte. Abaixo de mim, um enorme abismo cujo fundo eu não posso ver mas que eu sei qual o destino que me aguarda caso eu caia nele. Atrás, uma grande Tempestade de turbulências econômicas, emocionais, profissionais e acadêmicas. A minha frente, só uma grande neblina.
Toda essa neblina surge dos buracos que se encontram no meu passado. Buracos que foram causados pela Tempestade de chuvas torrenciais que levaram parte das bases que minha vida se constituía. Ou pelo menos, daquilo que eu considerava ser as bases.
As chuvas levaram muito do respeito que eu tinha sobre mim mesmo, do respeito que as pessoas tinham por mim. Fizeram eu me afogar nos meus sentimentos mais impuros, perdendo as noções de todas as coordenadas e os caminhos mais seguros para os meus objetivos. A Tempestade cegou-me, fustigando-me com o frio granizo do orgulho, da soberba e da vaidade.

Esse Cavaleiro contudo, abandonou boa parte daquilo que o prendia na Tempestade. Descobriu que as mais belas e encantadoras donzelas podem trair-lhe os sentimentos por estarem presas em suas próprias Tempestades e não há nada que se possa fazer pra indicar-lhes o caminho. Não valeria o esforço, embora esse ginete tenha demorado pra aprender isso. E muitas vezes, a Tempestade conforta os corações e as mentes, por mais estranho que pareça. Ou talvez, ela cegue aos outros, usando dos mesmos argumentos do granizo.
Esporeei meu cavalo junto com meus sentimentos mais nobres e um pouco menos cego para novas terras, onde acima da neblina, ao longe, avisto as altas torres de um castelo ou de uma igreja. Não saberia dizer ao certo. A única coisa que posso supor é que talvez haja conforto, pois o vento me trás o mais doce aroma do amor e isso é mais que suficiente para Esse Cavaleiro cavalgar a dentro de terras tão incertas.

Nada mudou tanto assim que seja possível ver alguma diferença no fim das contas entre estar na Tempestade ou entre a Neblina.
Talvez uma mudança nos ventos me tire o prazer do doce aroma do amor e traga a Tempestade que hoje se encontra á minhas costas, para que nessas novas terras além da incerteza de pisar em solo cujo eu não posso ver, ainda tenha que lidar com chuvas que retirem o chão sob meus pés e que me impeçam de construir novos alicerces para meu Castelo.

Mas para isso Esse Cavaleiro cavalga com cuidado, observando como pode onde sua montaria coloca as patas. Atravessando uma velha ponte, cruzando um abismo de escuridão e indecisão, deixando pra trás nuvens tão escuras como as noites de Lua Nova, tendo a frente nada mais que algo que desponta rumo ao céu entre a Neblina e seguindo um doce aroma que o levará á, provavelmente, outra aventura, Esse Cavaleiro cavalga, sempre em frente, pois ainda que tivesse outras opções, sabe que essa é o melhor caminho.

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